Antes de mais, as minhas sentidas
condolências a TODAS as vitimas de sinistralidade rodoviária.
Sou ciclista, utilizador de
bicicleta (sim, considero que há uma diferença), automobilista, motociclista e
até já fui camionista, por isso considero que tenho alguma experiência enquanto
utilizador das nossas estradas.
Importa clarificar
o seguinte: na minha ótica, todos os ciclistas são utilizadores de bicicleta,
mas nem todos os utilizadores de bicicleta são ciclistas. Por exemplo, o
indivíduo que por escolha ou necessidade se desloca de bicicleta no seu dia a
dia, para ir para o emprego, para ir às compras ou simplesmente para ir tomar um
café com os amigos, é um utilizador de bicicleta. Um ciclista, é aquele que utiliza
a bicicleta como forma de praticar desporto. Posto isto, não posso deixar de
constatar o aproveitamento mediático de alguns órgãos de comunicação social,
onde sempre que há um acidente com um utilizador de bicicleta, noticiam
erradamente acidente com ciclista. Mas enfim, é a minha opinião e vale o que
vale.
Acreditem que é com tristeza e
até mesmo alguma revolta que tenho acompanhado a crescente onda de comentários que se têm espalhado principalmente pelas redes sociais relativamente aos
acidentes com utilizadores de bicicleta.
Caríssimos, um acidente é isso
mesmo, um ACIDENTE! Caso contrário é uma tentativa de agressão ou, mais grave
ainda, tentativa de homicídio, quer o mesmo seja consumado ou não. Quero acreditar
que as nossas estradas não estão repletas de homicidas, mas que existem
acidentes. Se por vezes estes mesmos acidentes são causados por desrespeito das
regras ou mesmo por ignorância, isso é outra conversa.
De facto, penso que tudo se resume
a três questões: RESPEITO pelo próximo, CIVISMO e BOM SENSO!!! Estes valores
antes eram ensinados nas escolas ou com um par de lambadas dos pais, mas
parecem cada vez mais em vias de extinção na sociedade atual. Isto transpõe-se
diretamente para o que se assiste diariamente nas estradas portuguesas entre
automobilistas e ciclistas.
Tenho lido de tudo… Mas
ultimamente parece que em cada post de apelo ao RESPEITO pelos ciclistas
aparecem logo meia dúzia de pseudo-automobilistas que vêm logo com 57
argumentos do género: “os ciclistas não param nos vermelhos”; “os ciclistas não
respeitam as passadeiras”; “circulam a par e empatam o transito”, etc, etc…
Em primeiro lugar, as
generalizações são perigosas e em segundo, certamente que estes senhores são
uns anjos ao volante que NUNCA infringiram uma única regra de transito. Nunca
passaram um amarelo avermelhado, nunca por distração ou propositadamente não
pararam numa passadeira, ou estacionaram o carro em cima de um passeio. São uns
anjos ao volante. Tão angelicais que nem sexo devem ter (como sabem, os anjos
não têm sexo) o que de acordo com Freud, explica algumas das suas frustrações.
Não podemos, por uma minoria de
utilizadores de bicicleta que desrespeitam as regras, generalizar o
comportamento de uma maioria cada vez mais numerosa de indivíduos que as respeitam.
Muito menos isto pode servir de justificação para comportamentos ERRADOS e
ILEGAIS para com outro ser humano.
Uma coisa é verdade, o utilizador
de bicicleta é sem dúvida o elo mais fraco quando comparado com um automóvel.
Por isso, penso que cabe a todos nós tomar medidas para sermos mais visíveis e
para a nossa presença na estrada ser NOTADA, minimizando assim as DISTRAÇÕES.
Há várias formas de o fazermos, quer através de luzes de visibilidade diurna,
quer através de roupas fluorescentes de dia e refletoras de noite (entre
outras). Depois, penso que todos sem exceção devem conhecer o código da estrada
considerando os seus deveres, direitos e obrigações, e sem duvida que TODOS
devemos adotar comportamentos defensivos na estrada.
Concordo que devem existir mais
ações de sensibilização vocacionadas para TODOS os utilizadores da via, mas é
imperativo que TODOS participem.
À já dois anos consecutivos que
organizo um passeio de cicloturismo subordinado ao tema “Respeite o Ciclista”.
No primeiro ano tentei organizar um workshop sobre os direitos deveres e
obrigações de ciclistas e automobilistas na via publica. O evento foi afixado
em outdoors na estrada nacional 10, divulgado nas redes sociais e tinha o apoio
da Camara Municipal de Setúbal, da PSP e da GNR. Foram também convidadas outras
entidades que a primeira coisa que fizeram foi “pedir” uma comparticipação para
participarem no plenário. O evento era gratuito e teve zero inscrições. Era
aberto a todos (ciclista e automobilistas) mas na altura ninguém quis perder
uns minutos do seu precioso tempo. E este é infelizmente o retrato da nossa sociedade.
Por isso, acho que são necessárias mais
ações de sensibilização, mas principalmente de INFORMAÇÂO. Estas ações devem
surgir no dia a dia das pessoas e serem apelativas para terem a eficácia
desejada. Só assim todos podemos estar informados e despertos para a realidade.
Porque no fundo, TODOS (utilizadores de bicicleta e automobilistas) somos pais,
filhos, cônjuges, netos, etc. de alguém.
No fim, na estrada e na vida, a
diferença entre sermos filhos da mãe ou filhos de outra coisa qualquer, são as
nossas atitudes e a forma como encaramos a própria vida, a nossa e a dos
outros. No fundo, tudo se resume a três questões: RESPEITO pelo próximo, CIVISMO
e BOM SENSO!!!
5* ( cinco estrelas).
ResponderEliminarCaro Amigo Mário falaste e disseste!!
100% de acordo!
No meu caso, como sabes, nem precisam de me empurrar. Eu caio sozinho!ABRAÇO
Mário onde é que se assina?
ResponderEliminarConcordo contigo em tudo.
Visibilidade de dia e de noite usando o material adequado faz parte da segurança passiva.
O resto são os três pontos que enumeraste.
Este comentário foi removido pelo autor.
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ResponderEliminarMario plenamente de acordo....
ResponderEliminaré educar e mudar mentalidades de alguns cidadãos, enquanto isso não acontece é o que se tem visto.